Réu é condenado a 37 anos de prisão por feminicídio praticado contra adolescente de 13 anos

Julgamento aconteceu nesta quinta-feira, no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis e integrou a pauta da “25.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”, que termina nesta sexta-feira (24).


53352955378 3cfc2229a9 c 1O Conselho de Sentença da 3.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus condenou, nesta quinta-feira (23/11), o réu Cléber Farias Calheiros por homicídio triplamente qualificado (feminicídio, motivo fútil e cometido mediante dissimulação e com causa de aumento de pena pela vítima ser menor de 14 anos). O crime ocorreu em 2021 e teve como vítima uma adolescente de 13 anos de idade.

O julgamento foi realizado no plenário do Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, no bairro São Francisco, no âmbito da Ação Penal n.º 0708401.24.2021.8.04.0001. A pena fixada pelo juiz de Direito Carlos Henrique Jardim da Silva, que presidiu o júri, foi de 37 anos de reclusão, em regime inicial fechado. Da sentença, cabe apelação.

O Ministério Público do Estado (MPE/AM), que denunciou Cléber Farias Calheiros pela prática dos delitos previstos no Artigo 121, parágrafo 2.º, incisos II (motivo fútil), IV (mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e VI (feminicídio), do Código Processual Penal (CPP), foi representado no julgamento pelo promotor Augusto Taveira, que teve como assistente de acusação a defensora pública Caroline Braz.

O advogado Eguinaldo Gonçalves atuou na defesa do acusado e sustentou a tese, rejeitada pelo Conselho de Sentença, da “negativa de autoria e absolvição por ausência de provas”.

A denúncia

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado (MPE/AM), o crime ocorreu no dia 12 de agosto de 2021, por volta de 20h30 na alameda Alphaville Leste, no bairro Novo Aleixo, zona Norte de Manaus, quando o denunciado, que tinha um relacionamento amoroso com a vítima, desferiu disparos de arma de fogo contra ela,  atingindo a nuca e provocando-lhe os ferimentos que, por sua gravidade, foram a causa da morte.

De acordo com os autos, no dia do crime, por volta das 20h, o réu, guiando uma motocicleta, buscou a vítima na casa de uma amiga dela, e levou-a até a Alameda Alphaville Leste, onde ocorreu o crime. Em seguida, retornou à casa da amiga da vítima e afirmou que ele e a adolescente teriam sido assaltados, e que a ela teria reagido, “vindo a ser alvejada por um dos assaltantes”. 

Conforme o inquérito policial, Cléber levou a amiga da vítima até o local do crime e, em seguida, fugiu para destino incerto, vindo a ser localizado dois anos depois.

Em outra versão anterior, ele afirmou que não estava no local do crime e não possuía motocicleta.  Ao ser ouvido pela polícia, Cléber contou uma versão diferente dos fatos, confessando que matou a vítima, mas que o fez porque a adolescente teria contado ao próprio que teria encomendado a sua morte a criminosos de uma facção. 

Interrogado durante o julgamento, o acusado apresentou a versão na qual o homicídio teria sido praticado por dois integrantes de uma facção criminosa, conhecidos pelas alcunhas de “Gabado” e “Lilico”, após, segundo ele, a jovem ter feito uma “casinha” (gíria para emboscada) contra um “gerente do tráfico do bairro Jorge Teixeira”.

 

#PraTodosVerem - a fotografia que ilustra a matéria mostra o réu durante o julgamento ocorrido na quinta-feira. Ele aparece sentado, de costas e usa o uniforme do sistema prisional (blusa amarela de malha e mangas longas e calça laranja). 

 

Paulo André Nunes

Fotos: Marcus Phillipe

 

2022 - Mapa do Site
Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Publicidade
Youtube
Accept
Decline
Analítico
Google Analytics
Accept
Decline