Segunda Câmara Cível mantém condenação de prestadora de saúde que não forneceu tratamento indicado por médico à paciente

Empresa não atendeu liminar de 1.º Grau e deverá pagar multa, além de indenização por dano moral.


 

53347181440 bbb38bd1d7 cA Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas negou provimento a recurso de prestadora de serviços de saúde interposto contra sentença que a condenou a fornecer tratamento indicado por médico à paciente, a pagar multa de R$ 30 mil por descumprir decisão judicial e à indenização por dano moral no valor de R$ 10 mil.

A autora iniciou processo por não ter sido atendida pelo plano de saúde, informando que não fazia sentido o indeferimento, pois tratava-se de novo tratamento, contra outro câncer, e não continuação de anterior a que havia sido submetida.

“Em uma interpretação contratual compatível com a boa-fé e a função social do contrato, concluo que à ré não seria permitido excluir de sua cobertura os tratamentos necessários a alcançar a cura ou amenizar os efeitos da enfermidade que acomete a requerente, prescrito por médico que lhe assiste, sendo certo que somente a ele é dado estabelecer qual o tratamento adequado para alcançar a cura ou amenizar os efeitos da enfermidade da paciente”, afirma trecho da sentença da 11.ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho.

Em seu recurso, a empresa tentou reverter a condenação argumentando, entre outros aspectos, que não forneceu a medicação para não gerar risco à saúde da paciente, que já havia feito uso do remédio em tratamento anterior contra neoplasia. Por isso, alegou que não deveria ser condenada por descumprir decisão judicial nem a indenizar a assegurada por dano moral.

Em seu voto, a desembargadora relatora, Onilza Abreu Gerth, citou a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assim como a sentença, destacando ser abusiva a negativa de tratamento com remédio ainda que em caráter experimental ou fora da bula, desde que prescrito por médico para tratar o paciente. E observou que a apelante faz interpretação equivocada que lhe seja favorável para excluir a medicação.

Por fim, observou que a indenização por dano moral tem a função de compensar o dano sofrido pela apelada e serve como medida pedagógica para evitar novas situações semelhantes. Quanto à multa aplicada, a relatora afirmou que “descumprir a liminar custa caro à saúde da parte autora”, e que o valor definido é razoável e proporcional.

A decisão do colegiado foi por unanimidade, na sessão desta segunda-feira (08/07), na apelação cível n.º 0639925-31.2021.8.04.0001, após sustentação oral pela parte apelante.

 

Sessão

https://www.youtube.com/watch?v=jFO0-DfZI6s

 

#PraTodosVerem - a fotografia que ilustra a matéria mostra a desembargadora Onilza Abreu Gerth, ela tem os cabelos lisos pretos presos para trás, está utilizando um óculos na cor preta e está sentada na mesa de sessão do Tribunal Pleno. Ela tem à sua frente um monitor de computador. A desembargadora está trajando uma toga, a roupa tradicional dessas autoridades. A toga tem a cor preta e possui uma corda vermelha trançada com fios de seda, chamada torçal e que fica ao redor da gola do pescoço o desce até o colo.

 

Patrícia Ruon Stachon

Foto: Chico Batata / Arq. 21/11/2023

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL / TJAM

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