Portaria que prevê o retorno das atividades presenciais do TJAM será reanalisada

0809PlenoO assunto foi discutido no final da sessão de Tribunal Pleno, nesta terça-feira, 8.


O Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), na sessão desta terça-feira (8/9), voltou a discutir o retorno das atividades presenciais da Corte, marcado para o dia 21 de setembro, conforme Portaria nº 1.753/2020, que dispõe sobre o protocolo mínimo para a retomada gradual dos serviços presenciais nas unidades administrativas e jurisdicionais do TJAM.

A maioria dos desembargadores manifestou preocupação com a pandemia de covid-19 e informações extraoficiais de eventual crescimento de casos no Estado. Ao mesmo tempo, foi observado também que as unidades jurisdicionais criminais vêm enfrentado muitas dificuldades, com audiências prejudicadas. Em função disso, o presidente da Corte, desembargador Domingos Chalub, já está estudando uma nova redação à portaria, a fim de priorizar essas unidades (comuns ou especializadas), como as Varas do Tribunal do Júri, Juizados “Maria da Penha”, Varas Especializadas em Crimes contra Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes e Audiência de Custódia.

O assunto foi suscitado pelo desembargador Lafayette Carneiro Vieira Júnior, já no fim da sessão do Pleno desta terça, devido a preocupações com o risco de contaminação pelo vírus. “As informações que chegam (referindo-se a dados extraoficiais) é que, em relação à contaminação, teria ocorrido um crescimento muito grande no Estado”, comentou.

O desembargador Hamilton Saraiva ressaltou que as varas criminais têm mais dificuldade e estariam com as audiências prejudicadas. “É uma situação realmente muito difícil e tem que ser enfrentada”, declarou. Ele lembrou ainda que a portaria que prevê o retorno das atividades presenciais oferece a oportunidade aos magistrados de avaliar a sua unidade judicial e organizar este trabalho da melhor forma possível.

O desembargador Délcio Santos reforçou a observação acerca da dificuldade das varas criminais e destacou que a portaria aprovada para o retorno em 21 de setembro adotou uma série de cuidados para prevenir a disseminação do vírus, assegurando ainda o retorno de até 30% dos servidores, neste primeiro momento. Ele citou ainda que servidores têm trabalhado nas dependências do tribunal por não possuir em sua residência os equipamentos adequados e internet de qualidade para atuar nos processos judiciais.

Debate

A desembargadora Nélia Caminha Jorge sugeriu que o TJAM consultasse a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e a veracidade de aumento de infectados no Estado, a fim de que o Tribunal tenha um posicionamento oficial e atualizado do número de casos. A magistrada também citou informações repassadas pela imprensa, principalmente, de um número maior de pacientes com covid-19. No comentário seguinte, do desembargador Yedo Simões, foi citada a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a suspensão da prestação presencial dos serviços não essenciais, nesse órgão, até o final do ano.

No final de agosto, o STJ, através da Resolução nº 19/2020, decidiu prorrogar as sessões por videoconferência - das Turmas, das Sessões e da Corte Especial - até o dia 19 de dezembro. Foi mantida na nova resolução a suspensão da prestação presencial dos serviços não essenciais do STJ, orientando que os gestores adotassem preferencialmente o trabalho remoto, com a manutenção de servidores em trabalho presencial apenas no limite mínimo necessário ao bom funcionamento dos serviços, conforme portal do STJ.

O presidente da Corte, desembargador Domingos Chalub, lembrou que, na ocasião da análise da portaria para o retorno das atividades presenciais do TJAM, antes de levar a proposta ao Pleno, houve uma consulta a todos os órgãos do Estado, que tratam diretamente com a pandemia, para submeter à análise do colegiado, justamente para subsidiar a Corte em relação ao assunto.

O desembargador João Simões destacou que ainda não há medicamento eficaz para curar o vírus ou vacina que imunize contra o mesmo e que aleatoriamente vai ao tribunal, em caso urgente, dando a mesma orientação à equipe. Também manifestou preocupação sobre a definição de quem serão os 30% escolhidos para ir ao atendimento e principalmente em relação ao 1º grau.

No mesmo sentido opinou a desembargadora Socorro Guedes. “Acima da prestação jurisdicional, comungo da ideia de preservar antes a vida; a pandemia não acabou, não existe vacina ainda”. A magistrada também trouxe relato de advogados que elogiaram o trabalho neste período, cujo contato com os juízes teria ficado mais fácil agora com o uso de tecnologias de videoconferência.

A preocupação com o 1º grau também foi objeto de comentário dos desembargadores Airton Gentil e Cláudio Roessing. O desembargador Elci Simões afirmou que a questão é complexa e que havia conversado com ouvidores de outras Cortes de Justiça, por videoconferência, e no Rio Grande do Sul “estava um verdadeiro caos porque não tem processo eletrônico”, diferente da realidade do Amazonas, cujos processos judiciais já estão 100% virtuais, e isto permite a movimentação dos mesmos a distância, seja por juízes ou servidores.

 

Acyane do Valle e Patricia Ruon Stachon
Fotos: Raphael Alves

DIVISÃO DE DIVULGAÇÃO E IMPRENSA
Telefones | (92) 2129-6771 / 99485-8526
E-mailEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

2022 - Mapa do Site
Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Publicidade
Youtube
Accept
Decline
Analítico
Google Analytics
Accept
Decline