TJAM leva projeto das audiências concentradas ao Centro Dagmar Feitosa para reavaliar processos de internos

Realização das audiências na própria unidade de internação tem contribuído para reduzir reincidência entre jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.


Audiências concentradasA Vara de Execução de Medidas Socioeducativas (VEMS), do Tribunal de Justiça do Amazonas, concluiu nesta quarta-feira (5) mais uma rodada de audiências concentradas de reavaliação de medidas socioeducativas no Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, que funciona no bairro Alvorada 1, zona Centro-Oeste de Manaus. De acordo com o titular da VEMS, juiz Luís Cláudio Chaves, o trabalho teve Audiências concentradas3início na terça-feira (4) e contemplou processos de 31 adolescentes em regime de internação no centro socioeducativo masculino.

A metodologia das audiências concentradas visa a favorecer o atendimento processual em tempo correto; a atualização periódica das informações processuais e pessoais dos adolescentes; dar oportunidade ao socioeducando de se manifestar no processo numa aproximação maior com o juiz e os representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública; contribuir para a diminuição da superlotação nas unidades socioeducativas, entre outros aspectos.

Audiências concentradas2O acompanhamento in loco feito por esta equipe vem sendo fundamental, segundo o juiz Luís Cláudio, no processo de redirecionamento dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. “É importante fazermos essa leitura, junto ao adolescente, à família dele e ao técnico que emite o parecer sobre sua internação. Muitas das vezes esse parecer é modificado na audiência, que tem uma dinâmica muito maior. Aquilo que exigiria muitas fases processuais é feito aqui, na hora, nessa audiência, permitindo uma interação muito maior e um resultado muito melhor”, afirma o magistrado. Para ele, a atuação do Sistema de Justiça em parceria com a equipe da instituição vem contribuindo, decisivamente, para baixar os índices de reincidência de jovens que tenham cometido delitos.

Na terça-feira (4) foram realizadas 14 audiências, as quais resultaram em oito concessões de liberdade assistida, com matrícula obrigatória em estabelecimento de ensino; quatro manutenções de medidas socioeducativas; uma extinção de medida e uma passagem para o meio aberto, com prestação de serviço à comunidade e matrícula obrigatória em estabelecimento de ensino.

Durante as audiências também estiveram presentes os familiares dos jovens internados. As medidas socioeducativas foram reavaliadas a partir de análise dos relatórios emitidos pela equipe multidisciplinar do Centro, que também estava nas audiências.

Junto ao juiz Luís Cláudio Chaves, atuaram na reavaliação dos processos a defensora pública Juliana Lopes, titular da Defensoria Especializada na Execução de Medidas Socioeducativas e a promotora Luissandra Chíxaro de Menezes, da Promotoria de Justiça Especializada na Execução de Medidas Socioeducativas.

Luissandra Chíxaro destaca que, muitas vezes, o Ministério Público também pode solicitar a reavaliação dos técnicos. “É importante o contato com a família, com a realidade do jovem”, explica a promotora de Justiça.

A defensora pública Juliana Linhares frisa que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 19, trata da reavaliação semestral obrigatória dos casos de crianças e adolescentes acolhidos. “As audiências passaram a ser aqui, dentro do instituto, de forma unificada e de maneira que tenhamos um acesso mais rápido e melhor ao adolescente e a seus pais, bem como aos técnicos, para verificarmos a verdadeira progressão da medida ressocializadora”, afirma a defensora.

Apoio crucial

Um dos jovens que teve liberdade concedida durante as audiências concentradas de terça-feira, MFB, 17 anos, deu entrada no Centro Dagmar Feitosa em fevereiro de 2019, por roubo majorado, e estava acompanhado pelos pais. O rapaz recebeu liberdade e fazia planos. “Minha expectativa é que possa estar com minha família, trabalhar e estudar para sustentar meu filho, que nasceu esses dias. Quero sair daqui e mostrar que eu errei no passado, mas pode haver uma mudança. Todo mundo erra, mas todo mundo tem uma oportunidade de vida, de vencer na vida e eu creio que daqui para frente possa ter uma vida nova”, afirmou o jovem.

Emocionada, a mãe do jovem, declarou-se satisfeita com as decisões do filho. “Vimos uma grande mudança, ele evoluiu e sempre teve nosso apoio. Tem uma casa, tem um lar e uma família que está presente. Se errou, não foi por nós, mas por opções erradas. Ele tem de ver que será o espelho para o filho. Ele terá o nosso apoio para trabalhar e estudar e conseguir as coisas com honestidade, como sempre demos o exemplo”, declarou.

O pai, ferreiro amador, explicou que M.F.B é o filho mais velho e que de agora em diante estará sempre com ele. “Estou feliz, graças a Deus. Antes ele estava longe, morando em outra casa e eu não o acompanhava devido ao trabalho, mas, saindo daqui, ele vai pra nossa casa e estará sempre perto de mim, vai trabalhar comigo e vai aonde eu for, estará do meu lado”, explica o pai, emocionado.

 

 

Sandra Bezerra

Fotos: Chico Batata

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