Em palestra na Ufam, juiz Luís Cláudio Cabral Chaves ressalta a importância do projeto de Audiências Concentradas para o Sistema Socioeducativo

 Em sua explanação o magistrado ressaltou os baixos índices de reincidência de adolescentes registrados nos centros socioeducativos da capital e explicou que o trabalho é feito de maneira sistemática na Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Amazonas.


juizluisclaudiovems

“A socioeducação é incompatível com a superlotação (das unidades de internação)”, afirmou o juiz de Direito Luís Cláudio Cabral Chaves, titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas da Comarca de Manaus (Vems), durante palestra na quarta-feira (10/08), no último dia do “2.° Simpósio de Socioeducação - Intervenções, Práticas Sociais e Desafios Pós-Pandemia”, que aconteceu no auditório Rio Amazonas da Faculdade de Estudos Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Fes/Ufam), Setor Norte, Campus Universitário. O magistrado destacou a importância da metodologia das Audiências Concentradas, adotada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, para manter baixos os índices de reentrada no sistema dos adolescentes e jovens que cumpriram medidas socioeducativa.

No evento organizado pela Ufam por meio do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão de Políticas, Educação, Violências e Instituições (Geppevi), o magistrado destacou que as Audiências Concentradas se destinam à reavaliação da situação jurídica e psicossocial de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, e são feitas a partir das diretrizes estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Tendo como local os centros socioeducativos, a partir da audiência, que é realizada a cada três meses, é possível avaliar a manutenção ou extinção da medida socioeducativa. Neste ano, o projeto foi ampliado para jovens e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto (liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade).

A disseminação dessa metodologia e seu aprimoramento também é uma das ações do “Programa Fazendo Justiça”, parceria entre Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Em sua explanação o juiz Luís Cláudio Cabral Chaves ressaltou os baixos índices de reincidência de adolescentes registrados nos centros socioeducativos da capital e explicou que o trabalho é feito de maneira sistemática na Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Amazonas.

"Nós apresentamos a experiência do Tribunal de Justiça com as Audiências Concentradas, que é uma prática iniciada aqui no TJAM na Vara de Execução de Medidas Socioeducativas e que vem sendo difundida pelo CNJ em nível nacional. E apresentar os índices de reentrada dos adolescentes nos centros socioeducativos que estão em torno de 6%, ou seja, muito baixo. Afinal, todos trabalhamos para isso, toda a rede de órgãos do sistema socioeducativo, Poder Executivo Estadual, Municipal, Ministério Público, Defensoria e Poder Judiciário para alcançar isto. Uma vez que o adolescente cumpre uma medida socioeducativa em meio fechado ele não volte mais para o sistema. A socioeducação é incompatível com a superlotação”, comentou o magistrado, explicando que a metodologia tem contribuído para os baixos índices de reincidência de adolescentes. “O que estamos fazendo agora é avançar com as audiências concentradas para o meio aberto”, ressaltou.

Além do juiz Luís Cláudio Cabral Chaves, também explanaram durante a manhã o diretor do Centro Socioeducativo Dagmar Feitoza, Antônio Juracy Lima, e a psicóloga da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Francinete Andrade.

O titular da Vems vê como fundamental a realização de eventos como o simpósio porque “a academia, a universidade, abre as portas para fazer essa interação: além de estudar com profundidade, os temas, ela chama todos os atores do sistema socioeducativo para o diálogo, para o debate, para aperfeiçoar práticas”, e agradeceu o apoio concedido pelo Tribunal de Justiça, da Prefeitura e do Governo do Estado e da universidade que é fundamental nesse processo”.

O evento

Com participantes da capital e do interior, o evento teve como objetivos promover a aproximação entre a academia e as instituições que executam políticas socioeducativas, bem como, facilitar espaços para debate e construção coletiva de soluções em favor do aprimoramento da socioeducação no estado do Amazonas.

O Simpósio foi direcionado aos acadêmicos, docentes e profissionais do sistema socioeducativo do Estado do Amazonas e conta na comissão organizadora com órgãos da rede de atendimento de adolescentes em conflito como a lei como: o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM); a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc); a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), dentre outros parceiros.

Sequência

Para o pesquisador de sócioeducação Ricardo Péres, um dos coordenadores do evento, a atividade é uma sequência a um primeiro simpósio realizado em 2019 com a participação de alguns órgãos entre eles o Tribunal de Justiça. Segundo ele, a participação do juiz Luís Cláudio é estratégica pois abre os trabalhos do segundo dia falando sobre a metodologia das audiências concentradas que vêm fazendo a diferença na execução das medidas socioeducativas, fazendo a diferença na prestação jurisdicional junto aos adolescentes que estão cumprindo medidas socioeducativas; elas são um espaço horizontal de escuta, de acolhida e de transformação social dos socioeducandos e das famílias”.

“Esse segundo simpósio tem como objetivo fazer uma aproximação entre acadêmicos e profissionais que atuam nos centros socioeducativos e também nos Creas no atendimento das medidas de meio aberto e numa sintonia com o Tribunal com o doutor Luís Cláudio na Vara de Execução de Medidas Socioeducativas. É um evento científico, mas que tem a finalidade de formar pessoas, de socializar e partilhar conhecimento sobre essa temática tão importante e necessária da socioeducação, que se concretiza, se materializa, de forma intersetorial. É uma política que necessita da presença da Prefeitura, do Estado, de várias políticas públicas e do sistema de Justiça. Sem isso, não se efetiva o que está preconizado nas normativas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, e a Lei do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo”, disse Péres.

O pesquisador explica que as temáticas propostas para este simpósio - Intervenções, Práticas Sociais e Desafios Pós-Pandemia - “visam apresentar práticas sociais que estão em curso, seja aqui no nosso Estado ou fora a partir de palestrantes de cinco Estados, trazendo boas práticas, metodologias, experiências ou pesquisas que já foram realizadas sobre determinados temas que se tornam relevantes para o nosso público alvo”.

 

#PraTodosVerem: Imagem da matéria traz, ao centro, o juiz de Direito Luís Cláudio Cabral Chaves, titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas da Comarca de Manaus (Vems); ele fala ao microfone e tem à esquerda o pesquisador de sócioeducação Ricardo Péres, a psicóloga da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Francinete Andrade, e o diretor do Centro Socioeducativo Dagmar Feitoza, Antônio Juracy Lima.  

 

Paulo André Nunes

Foto: Chico Batata

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

 

2022 - Mapa do Site
Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Publicidade
Youtube
Accept
Decline
Analítico
Google Analytics
Accept
Decline