Em São Paulo de Olivença, comarca conta com serviço de tradução simultânea para atendimento do jurisdicionado da etnia Tikuna

Servidora cedida pela Prefeitura do Município por meio de acordo de cooperação com o TJAM, atua como tradutora.


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A Comarca de São Paulo de Olivença (a 1.235 quilômetros de Manaus), na região do Alto Solimões, mantém um serviço de tradução simultânea para o jurisdicionado da etnia tikuna. O trabalho é desempenhado, desde de 2019, pela servidora municipal tikuna Dionízia Costódio Manuel, 31 anos. Em alguns casos, além do trabalho realizado no fórum, Dionízia  - que é servidora cedida por meio de  Termo de Cooperação Técnica firmado entre o Tribunal de Justiça do Amazonas e a Prefeitura do Município – também atua em diligências onde há necessidade do seu apoio como, por exemplo, o cumprimento de mandados judiciais.

A tradução é utilizada no atendimento ao público, nas audiências (sejam de instrução, conciliação, admonitórias, etc), em auxílio ao Ministério Público do Estado (MPE/AM), que funciona no mesmo prédio e solicita esse apoio; quando a  Defensoria Pública do Estado (DPE/AM) precisa de tradutor nas entrevistas reservadas com seus assistidos e no cumprimento de mandados em razão da pessoa (indígena) que será objeto da diligência.

O juiz de Direito Felipe Nogueira Cadengue de Lucena, titular da Comarca de São Paulo de Olivença, destaca a importância da prática adotada pela Vara Única da Comarca, como forma de facilitar o acesso à justiça por parte dos indígenas da etnia Tikuna, que são a grande maioria no Município, onde também vivem kokamas, kaixanas e kambebas.  

“A atividade de tradução é de grande relevância para concretizar o acesso à justiça aos povos indígenas, pois muitas vezes estes não falam nem entendem bem a língua portuguesa. O Município de São Paulo de Olivença tem grande extensão territorial e, via de regra, essas pessoas vêm de localidades distantes.  Na comarca temos a satisfação de contar com a atuação da servidora Dionisia Costódio Manoel, a qual vem exercendo muito bem a função”, destacou o juiz Felipe Lucena.

Para o magistrado, que exerce a titularidade da Comarca de São Paulo de Olivença desde janeiro de 2019, o esforço em dirigir-se até os jurisdicionados situados em localidades distantes e apenas acessadas por via fluvial e em possibilitar a compressão de pessoas indígenas que não falem a língua portuguesa "demonstra o comprometimento do Tribunal de Justiça do Amazonas com a universalização do acesso à Justiça”.

O juiz Felipe também destacou a importância dos termos de cooperação firmados entre o Tribunal e o Poder Executivo Municipal, em diversas comarcas do Amazonas. "Em São Paulo de Olivença, a parceria tem se mostrado exitosa, com o Executivo prestando importante apoio logístico para o cumprimento de notificações judiciais”, acrescentou. 

Apoio essencial

O diretor da Vara Única de São Paulo de Olivença, Diego Roberto Holanda de Sena Silva, classifica como essencial, para a rotina de trabalho da unidade judiciária, a presença de Dionízia Costódio. "Tendo a profissional lotada no Cartório, temos a liberdade de utilizar sua qualificação em vários ramos: público, audiências, entrevistas. A gestão da Vara Única tem enorme carinho por ela, porque além dessa qualidade de tradutora, ela trabalha diretamente na movimentação de nossos processos, especialmente na Vara da Execução Penal, juntando/entregando ofícios, elaborando cartas, documentos, entre outros”, disse Silva.

Tradutora honrada

Natural de São Paulo de Olivença, Dionízia Costódio é também técnica em Análises Clínicas e atualmente cursa o 2.º período do curso de Serviço Social. A servidora disse que é uma honra atuar como intérprete e tradutora tikuna. 

“Para mim é uma honra trabalhar na Vara Única de São Paulo de Olivença. Meu trabalho como intérprete e tradutora ajuda muito aos indígenas da etnia tikuna que têm acesso ao Poder Judiciário, ou seja, no atendimento a eles na língua materna, o que facilita muito a comunicação tanto nas audiências de instrução quanto nos júris populares. É uma ajuda de suma relevância para o Poder Judiciário ter uma intérprete da etnia tikuna para facilitar a comunicação dos nossos irmãos indígenas para tratar de assuntos, seja na área criminal, cível,  de execução penal, direito de família. A possibilidade de ter intérprete, facilita muito para eles nessas situações que para muitos é difícil devido à comunicação”, comentou ela.

Dionízia contou que o trabalho não é complexo, porque, como fala corretamente a língua portuguesa e ao mesmo tempo a língua tikuna, sua forma de atuar “é só traduzir e interpretar para o juiz e para o promotor e o defensor poder entender o que o réu ou a vítima ou testemunhas estão passando, para que eles sejam ouvidos”.

 

#PraTodosVerem - Imagem principal traz, ao centro, o juiz de Direito Felipe Nogueira Cadengue de Lucena, titular da Comarca de São Paulo de Olivença, ladeado pela tradutora tikuna Dionízia Costódio Manuel (segunda da esquerda para a direita) e demais servidores da Vara do Município. 

 

Paulo André Nunes

Foto: Acervo da Comarca e Reprodução

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