Ação contemplou estudantes da Escola Estadual Manuel Severiano, no bairro Alvorada 2, zona Centro-Oeste.
Com o objetivo de levar informações à comunidade escolar sobre as formas de violência contra a mulher e suas consequências, bem como enfatizar os mecanismos de proteção e denúncia, equipes de atendimento multidisciplinar do 1.º e do 4.º Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher estiveram na segunda-feira (24/11) na Escola Estadual Manuel Severiano, no bairro Alvorada 2, zona Centro-Oeste, em mais uma ação do “Projeto Maria Vai à Escola”.
A atividade integrou a programação da “31.ª Semana Justiça pela Paz em Casa", período de esforço concentrado que acontece em todos os Tribunais de Justiça do País de 24/11 a 28/11 com o objetivo de reforçar a efetividade da legislação de combate à violência de gênero e sensibilizar a sociedade para a importância do enfrentamento a essa prática.
As palestras foram ministradas pela assistente social Celi Cristina Nunes Cavalcante e pelas estagiárias de Serviço Social Maria Clara Almeida Camurça, Évila Paulain e Áthina Geovana, contando com uma plateia formada por aproximadamente 70 alunos do ensino médio. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM), reforçando a parceria interinstitucional e ampliando o alcance do projeto.
O “Projeto Maria vai à Escola” tem como objetivo levar um trabalho de sensibilização ao público jovem, formado por estudantes, que têm a oportunidade de receber informações que ajudam a identificar relacionamentos abusivos, incentivando a construção de relações saudáveis e respeitosas.
Além de levar esclarecimentos e conscientização para os jovens, a equipe multidisciplinar também distribuiu aos alunos e aos presentes a cartilha “Perguntas e Respostas sobre Violência Doméstica para Jovens e Adolescentes”. A publicação, de autoria da coordenadora da Cevid e Ouvidora da Mulher do TJAM, desembargadora Maria das Graças Pessôa Figueiredo e coautoria do servidor do TJAM Igor Reis, tem sido importante material de apoio para o trabalho de conscientização do público juvenil sobre a temática e vem sendo distribuída em escolas da capital e do interior do estado.
Visões
A assistente social Celi Cristina Nunes Cavalcante frisou que o “Maria Vai à Escola” visa a promover o debate e reflexões, entre os jovens, sobre as formas de violência de gênero contra a mulher e suas consequências, e desconstruir a visão machista e misógina enraizada na sociedade.
“Nós percebemos muito nesses adolescentes de 14 a 16 anos a perpetuação dessa forma de se pensar o feminino e o masculino, e a normalização, de certa forma, da violência nos relacionamentos. E seja por mídia ou pelo próprio ambiente doméstico, se acaba naturalizando aquelas relações como algo que faz parte do contexto social, familiar e comunitário. Está muito enraizada na nossa sociedade essa visão ainda muito machista e misógina, inclusive nessa fase da adolescência na qual esperávamos uma geração com outra perspetiva, tendo em vista o acesso à informação, à internet, ao mundo. Mas infelizmente não segue essa tendência imaginária. Então, a gente percebeu muito e conversou muito sobre isso, respeitando, claro, os posicionamentos de cada um, mas tentando desmistificar isso é considerado como algo meio que natural. E vamos tentando desconstruir de alguma maneira aquela ideia e trazendo outro ponto de vista, debatendo e problematizando essas questões para reflexão”, analisa a servidora do 1º Juizado Maria da Penha.
Faixa importante
A estagiária Évila Paulain, 21, acadêmica de Serviço da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), destacou que, em muitos casos, é nessa faixa do primeiro ao terceiro ano do ensino Médio - na qual os jovens estão entrando na fase de relacionamento amoroso - que começam a surgir alguns traços de relacionamentos abusivos.
“Nós abordamos temas como relacionamento abusivo, formas de violência e como essa violência se reverbera dentro de um ambiente digital. E dentro desse aspecto, nós realizamos dinâmicas com os alunos, que foram bastante participativos. É importante levarmos essa conscientização para que eles possam identificar alguns pontos dentro do ambiente familiar deles, e se conscientizar quanto à questão de relacionamentos. Muitos deles trazem ali questões que são trabalhadas desde criança, que são os estereótipos de gênero construídos na sociedade, o papel da mulher, o papel do homem. Tentamos reconstruir e trabalhar em cima desse aspecto da origem da violência. Esse é o objetivo do ‘Maria Vai à Escola’”, comentou ela. “Há alunos que nos chamam para falar reservadamente sobre situações que vivenciam em em casa”, completa a acadêmica.
Paulo André Nunes
Fotos: Acervo do Juizado
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - TJAM
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