Ação envolveu adolescentes da Unidade Socioeducativa Feminina e Unidade Socioeducativa Masculina Dagmar Feitosa.
Unidades socioeducativas do Amazonas realizaram, no último dia 4 de julho, uma série de atividades como parte da programação do evento “Caminhos Literários”, promovendo cultura, expressão artística e protagonismo juvenil entre os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
Organizada pelas equipes técnicas e direção das unidades socioeducativas, as atividades contaram com suporte logístico e de planejamento prestado pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF/TJAM) e do assistente técnico do Programa Fazendo Justiça, Yan Brandão. Cada unidade organizou uma atividade própria voltada ao seu público interno.
Na Unidade Socioeducativa Masculina Dagmar Feitosa, aconteceu a oficina “Crias em Ação”, que envolveu os adolescentes em atividades de audiovisual e produção de conteúdo, estimulando a criatividade, o trabalho em equipe e a valorização das vivências juvenis.
Na Unidade Socioeducativa Feminina, o destaque foi o workshop de fotografia, ministrado voluntariamente pelo fotógrafo Raphael Alves, servidor do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). A oficina introduziu noções de composição, enquadramento e narrativa visual, oferecendo às adolescentes ferramentas para expressarem suas experiências por meio da imagem.
“Acredito no caráter educativo que arte e comunicação têm. Todos temos algo a dizer, apenas devemos encontrar uma forma de expressá-lo. A ideia não é ensinar, mas mostrar que há vários caminhos para nos comunicarmos, sobretudo quando estamos descobrindo o mundo na juventude. Para mim, lá atrás, foi a fotografia, que mudou minha vida e me fez quem sou. Para essas e esses jovens há inúmeros caminhos. Espero que descubram aquele que lhes dê voz nessa sociedade tão complexa”, disse Raphael Alves.
De acordo com a juíza de direito coordenadora do GMF/TJAM, Ana Paula de Medeiros Braga Bussulo, a programação do evento Caminhos Literários é promovida pelo Departamento Nacional de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (DMF) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo que o GMF/TJAM teve uma participação mais direta neste ano. “Porque alguns meses antes do evento, nós já fizemos algumas reuniões, tanto com o pessoal da Secretaria de Justiça, quanto com os diretores dos Centros Socieducativos, para entender a necessidade deles. Então, depois dessa reunião inicial, fomos aos Centros Socieducativos para entender a necessidade deles para a promoção de um evento de qualidade”, disse a magistrada.
Segundo Ana Paula, surgiram demandas diversas, desde uma alimentação diferenciada, até de uma estrutura para que os adolescentes pudessem acompanhar em tempo real e da melhor forma possível a transmissão do evento.
Raphael também colaborou com a equipe da unidade de semiliberdade, orientando os adolescentes no manuseio das câmeras e oferecendo dicas técnicas de fotografia, contribuindo para o fortalecimento de habilidades comunicativas e visuais.
Na semiliberdade, a atividade principal foi uma roda de capoeira batizada pelos participantes como “Ginga que Liberta”, promovendo integração, corporeidade e resgate cultural.
Outro momento marcante foi o envolvimento dos adolescentes da semiliberdade na cobertura jornalística colaborativa do evento, sendo esta unidade selecionada no estado para essa função. A equipe, composta por um "fotógrafo" e dois "repórteres" adolescentes, registrou não apenas a atividade realizada em sua própria unidade, mas também visitou outras unidades para cobrir as demais ações.
O conteúdo produzido (fotos, vídeos e reportagens) está em fase de finalização e será compartilhado nacionalmente em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio de seus canais institucionais.
As atividades evidenciam o impacto positivo das ações culturais e do incentivo à comunicação no contexto socioeducativo, valorizando o protagonismo, a escuta e a expressão dos adolescentes.
Carlos de Souza
Fotos: Acervo do GMF/TJAM
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