A organização do evento contou com parceria da prefeitura e do cartório extrajudicial que ofereceram documentos gratuitos, pares das alianças e buquês aos noivos.
O titular da Comarca de São Gabriel da Cachoeira (852 quilômetros de Manaus), juiz Manoel Átila Araripe Autran Nunes, oficializou a união civil de 40 casais indígenas, de etnias diversificadas, na última sexta-feira (23). O evento aconteceu na quadra do Areal, no bairro Areal, naquele município.
A celebração contou com a presença do promotor de Justiça da comarca, Paulo Alexander dos Santos Beriba; do prefeito Egmar Velasques Saldanha (“Curubinha”); da secretária municipal de Assistência Social, Euziane Priscilla e da tabeliã do Cartório Extrajudicial Camargo Carvalho, Letícia Camargo, que em parceria com a prefeitura municipal, Fórum de Justiça, e Centro de Referência de Assistência Social (Cras), organizaram o evento; participaram também familiares dos casais.
“Celebrar um casamento coletivo em São Gabriel da Cachoeira é vivenciar um momento de profunda emoção e realização pessoal. É mais do que unir casais perante a lei, é celebrar o amor, a dignidade e o direito de construir uma nova etapa de vida com segurança e reconhecimento. Cada olhar emocionado, cada gesto de carinho entre os noivos, revela a importância desse momento na vida das famílias envolvidas”, afirmou o juiz Átila.
De acordo com ele, em um município tão diverso culturalmente, onde convivem povos indígenas de diferentes etnias, o casamento coletivo se torna ainda mais simbólico: é um encontro de histórias, de sonhos e de esperança. “Participar dessa cerimônia é sentir-se parte de algo maior, é um gesto de cidadania, inclusão e amor que transforma realidades. É gratificante saber que, com esse ato, contribuímos para fortalecer laços, promover justiça social e celebrar a alegria genuína de quem começa uma nova jornada a dois”, afirmou.
A registradora, Letícia Camargo, ressaltou a admiração pela organização de casamentos coletivos e a experiência da vivência em comunidade. “Como registradora, acredito que a gente se transforma numa comunidade ao promover ações nesse sentido, em que ofertamos cidadania. A intenção é sempre de que as pessoas alcancem direitos de forma simplificada. Então, foi um evento mágico, foi um evento único. E eu acredito que, quando a gente trabalha em equipe, quando a gente trabalha com parceria, a gente deixa o evento leve e fazendo questão de proporcionar às pessoas, não apenas um casamento coletivo, mas a vivência de tudo que elas têm direito de forma digna”, afirmou a registradora Letícia.
Além do respeito à cultura indígena na organização do evento, os parceiros ofereceram aos noivos os documentos gratuitos, pares das alianças e buquês.
“Cada pedacinho, cada detalhe foi pensado para que um dia tão importante se perpetuasse na história de cada um, e muitos, pelo tempo, acabam não casando, constituindo famílias. E é importante a formalização desse vínculo, é importante ter formas da gente alcançar cada vez mais”, disse Letícia Camargo.
*Projeto Casamento*
A ação social está acontecendo pela terceira edição do projeto de casamento comunitário, cujo nome é “Felizes para Sempre”, e traz como objetivo garantir a casais em situação de vulnerabilidade o direito de oficializar a união civil gratuitamente. A Lei Municipal n.° 177/2022 garante a isenção de custos e apoio jurídico. Os casais são selecionados pela própria Secretaria de Assistência Social de São Gabriel da Cachoeira e pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que também organizam do evento.
#PraTodosVerem: A imagem mostra um casal durante a celebração do "Casamento Comunitário" entre casais indígenas realizado em São Gabriel da Cachoeira (distante 852 quilômetros de Manaus)
Texto: Sandra Bezerra
Foto: Acervo Cartório extrajudicial
Revisão Textual: Joyce Desideri Tino
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL / TJAM
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