A ação de orientação e conscientização sobre o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher integra a programação da “29.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”, que o Tribunal de Justiça do Amazonas realiza no período de 10 a 14 de março.
Alunos do ensino médio da Escola Estadual Senador Manuel Severiano Nunes, localizada no bairro Alvorada 2, na zona Centro-Oeste de Manaus, participaram na segunda-feira (10/03) de uma atividade do “Projeto Maria Vai à Escola”, organizada pela equipe multidisciplinar do 1.º e do 4.º Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher “Juizados Maria da Penha”.
A ação de orientação e conscientização sobre o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher integra a programação da “29.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”, que o Tribunal de Justiça do Amazonas realiza no período de 10 a 14 de março.
Cerca de 60 estudantes participaram da atividade, que incluiu palestra, a exposição “Não vista essa camisa” e a distribuição da “Cartilha – Perguntas e Respostas sobre Violência Doméstica para Jovens e Adolescentes”, publicação lançada no ano passado pelo TJAM, por meio da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid/TJAM), que tem à frente a desembargadora Maria das Graças Pessôa Figueiredo.
A assistente social Celi Cristina Nunes Cavalcante, do “1.º Juizado Maria da Penha”, iniciou a exposição dialogada com alunos do Ensino Médio, na faixa etária entre 17 e 18 anos, oferecendo informações e esclarecimentos sobre temas como a história do “8 de Março - Dia Internacional da Mulher”, marcado pela reivindicação de mulheres operárias, que foram queimadas vivas dentro do galpão de uma fábrica de tecidos, onde estavam se manifestando, em 1857, em Nova York. “Ainda hoje existem mulheres queimadas e mortas simplesmente por serem mulheres e, por isso, é necessário falarmos de violência doméstica!”, salientou a assistente social.
Outros temas abordados, foram: a promoção da “Semana da Justiça pela Paz em Casa”; os tipos de violência contra a mulher; o cyberbullying; a igualdade; os estereótipos de gênero; entre outros, importantes para formar cidadãos para uma sociedade sem violência contra a mulher.
A pedagoga da Escola Severiano Nunes, Viviane da Luz de Souza Amaral, afirmou que a instituição está sempre aberta a parcerias como a realizada com a Cevid/TJAM que trouxe um tema de extrema importância. “Essas temáticas voltadas para a mulher e da violência doméstica e familiar precisam ser trazidas para dentro da comunidade escolar. É importante fazermos essa abordagem, com jovens, para que eles sejam, de fato, a diferença na sociedade. A atividade vem agregar muito à formação deles como adultos que desejam viver em uma sociedade sem violência”, ressaltou.
A estudante de 15 anos, Vitória Pinheiro, do 1.ª ano do ensino médio, acredita que a atividade trouxe muitas informações importantes, principalmente na questão de relacionamentos. “Vemos muitas coisas que são ditas no dia a dia da sociedade e para nós passou a ser normal, mas vemos que não é. Eu esperei muitas coisas dessa palestra, confirmei muitas coisas que eu sabia e aprendi outras como sobre os relacionamentos abusivos. Às vezes, os homens acham que têm autoridade total sobre a mulher, e não é isso, porque ambos têm de agir juntos e pensar juntos. Tudo o que foi dito aqui pode ser levado pro nosso dia a dia, nós mulheres temos de nos prevenir, tomar medidas de proteção e autocuidado”, disse Vitória.
Exposição
No salão de entrada da escola foi montada a exposição “Não vista essa camisa”, idealizada pela equipe multidisciplinar do “1.º Juizado Maria da Penha". A exposição traz estampado em camisas o que comumente é dito por homens e mulheres em relacionamentos abusivos: “Ninguém vai te amar como eu te amo”; “Resolvi dar mais uma chance”; “Isso é tudo coisa da sua cabeça”; “Mas ele nunca me bateu”; “Você me irritou”; “Ele disse que era amor, mas eu só sentia dor”; “Mas eu nunca bati nela”; “A culpa é sua”; “Se não ficar comigo não ficará com mais ninguém”; “Não conta para ninguém, senão eu te mato”; “Não vai mais acontecer”; “Ele teve ciúmes”; “Você só é o que é hoje por minha causa”; “Ele estava bêbado” e “Vai sair vestida assim?”.
Outras atividades
Nesta terça-feira (11) até quinta-feira (13), as equipes multidisciplinares também realizam atividades de outro projeto, o “Maria Acolhe”, com orientações psicossociais a mulheres e homens que são parte em processos que tramitam nos “Juizados Maria da Penha”, para prevenção e rompimento do ciclo de violência.
Na quarta-feira (12), das 9h às 11h, as atividades do “Maria Vai à Escola” serão levadas à Escola Estadual Sólon de Lucena, no bairro Chapada. No mesmo dia, pela parte da tarde, das 13 às 15h, acontece o “Maria vai à Comunidade” com o tema “Violência doméstica: prevenção, direitos e denúncia”, para mulheres do projeto da Associação INSA Clube de Mães, no bairro Tarumã.
Na sexta-feira (14), último dia do período de esforço concentrado, o “Maria Vai à Comunidade” acontece a partir das 9h no Instituto Mulheres Soberanas, no bairro Jorge Teixeira, para discutir a “Lei Maria da Penha” e formar agentes multiplicadores da informação.
A equipe multidisciplinar do 2.º e 5.° Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, integrada pelas assistentes sociais Cyntia Ribeiro Bezerra de Freitas e Deborah Aubert Santos de Lima e pelos psicólogos Dhiomedas Souza Gonçalves e Ismael de Souza Rabelo, também organizaram atividades para a “29.ª Semana da Justiça pela Paz”. Nos dois primeiros dias (10 e 11), atuaram no atendimento às mulheres (partes requerentes) oriundas de audiências prévias e a demandas espontâneas do evento. Na terça-feira (11) a equipe realiza palestra no Instituto Socioemocional de Manaus (Isam). Na quarta-feira (12), além do atendimento às partes de audiências e orientações, a equipe também realiza palestra do “Maria Acolhe”. Na quinta-feira (13) a equipe realizará atendimento às requerentes oriundas de audiências e a demandas espontâneas encerrando, desssa feta, o evento na sexta-feira (14) com a mesma atividade.
A equipe psicossocial do 3.º e do 6.º Juizados de Violência Doméstica, integradas pela assistente social Rafaela Pereira Ramos e as psicólogas Hillene Freire Freitas e Taysa Vieira, levam atividades do “Maria Vai à Escola, nesta terça-feira (11), à Escola Estadual Adelaide Tavares, localizada no Alvorada. “A equipe fornecerá aos alunos informações e orientações sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher, desconstruindo alguns aspectos socioculturais que afetam as relações de gênero e facilitando seu reconhecimento, a fim de prevenir e enfrentar sua ocorrência”, explica a assistente social Rafaela Pereira Ramos.
O 3.º e o 6.º “Juizados Maria da Penha” atuarão nas atividades do “Maria Acolhe” que acontecem em grupos separados de mulheres e homens, que figuram como partes nos processos, buscando proporcionar orientações psicossociais para colaborar no processo de ruptura e/ou prevenção do espiral da violência, bem como prover orientações sobre a tramitação processual.
Veja mais fotos da atividade na Escola Sen. Manuel Severiano Nunes:
https://www.flickr.com/photos/tribunaldejusticadoamazonas/albums/72177720324333886/
#PraTodosVerem: Imagem principal que ilustra a matéria traz a foto da equipe multidisciplinar do 1.º e do 4.º Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher “Juizados Maria da Penha” junto com alunos da Escola Estadual Senador Manuel Severiano Nunes durante a atividade do "Projeto Maria Vai à Escola" realizada no dia 10 de março deste ano naquela unidade educacional.
Texto: Sandra Bezerra
Fotos: Marcus Phillipe
Revisão textual: Joyce Desideri Tino.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL / TJAM
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