COORDENADORIA DA
A Coordenadoria da Infância e da Juventude prestigiou o evento que aconteceu na Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
A organização global que atua no cuidado e proteção de famílias, crianças e adolescentes, Aldeias Infantis SOS, através do Instituto Bem Cuidar (IBC), apresentou nesta terça- feira (22/08), o relatório “Vozes (in)escutadas e rompimento de vínculos: pesquisa sobre crianças e adolescentes em cuidados alternativos, egressos/as e risco à perda de cuidado parental no Brasil” que expõe dados importantes sobre as condições de vida e acesso a direitos do público infantojuvenil no país.
O lançamento em Manaus aconteceu no Auditório da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), localizado na Avenida Jauary Marinho, Bairro Coroado. Estavam presentes no evento profissionais da rede de proteção envolvidos em atendimento relacionado aos direitos da infância.
Representando a Coordenadoria da Infância e da Juventude estavam a assistente social Jane Nagaoka, e o grupo de estagiárias Manuela Lopes, Ana Beatriz Colares também da área de serviço social, Rayane da Silva de direito e Vitória Serrão de Jornalismo.
Aldeias Infantis SOS
É uma organização que atua no Brasil há 55 anos, em 31 localidades de Norte ao Sul do país, sendo o maior movimento de cuidado infantil do mundo, oferecendo a meninos e meninas que perderam o cuidado parental cuidados alternativos para que essas crianças e adolescentes não cresçam sozinhos.
O Coordenador do Instituto Bem Cuidar, José Carlos Sturza de Moraes, evidenciou que a pesquisa aconteceu em todas as regiões do país, durante o período de novembro de 2022 e março de 2023, com foco na difusão das vozes de crianças e adolescentes, objetivando contribuir na qualificação do sistema de atendimento e os respectivos poderes públicos.
Por meio da pesquisa foi possível constatar que no Brasil 32 mil crianças e adolescentes estão longe do convívio familiar, em serviços de acolhimento, sendo o menor número na região norte do país, entretanto a psicóloga Cláudia Regina Brandão, doutora em Saúde Pública na área de Violência e Impactos na Saúde, acrescenta que esse dado não significa menos problemas, o que acontece é um silenciamento demográfico em função das maiores dificuldades de acesso na região, o que reforça a necessidade de colocar em foco suas realidades específicas.
Durante participação no seminário, a assistente social Jane Nagaoka, acrescentou: “Agradeço o convite e em nome da Desembargadora Joana Meirelles, Coordenadora da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Amazonas, parabenizamos a iniciativa das Aldeias Infantis SOS. É desafiador, nós não conseguimos tirar uma criança de uma instituição caso não tenha educação, assistência social, saúde e toda a garantia de acesso às famílias. Ao longo desses anos aconteceu um desmonte nessas políticas públicas, o que evidencia famílias passando por insegurança alimentar e sem renda. Não é nosso papel tirar essa criança do seio familiar, mas é nosso papel garantir que essas famílias tenham garantias dignas de vida”.
O evento ocorreu das 8h30 às 17h, contando com a apresentação da metodologia do projeto e seu percurso de pesquisa e algumas vozes do SGDCA, além da apresentação de algumas vozes de crianças, adolescentes e jovens em Cuidados Alternativos no Brasil, de famílias em risco de ruptura de vínculos parentais e de juventudes egressas de Serviços de Cuidados Alternativos, também contando com a abertura para diálogo com público presente.
Texto: Vitória Serrão (Coij)
Acesse o relatório: RELATÓRIO VOZES (IN) ESCUTADAS E ROMPIMENTOS DE VÍNCULOS