Além da exposição de trabalhos, também houve a votação do nome da IA programada para ajudar na luta antimanicomial.
Nesta terça-feira (30/07), a programação do segundo dia do I Fórum Estadual de Saúde Mental e Pessoas em Conflito com a Lei no Amazonas seguiu com a realização dos Grupos de Trabalhos formados por servidores do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), estagiários, profissionais e pesquisadores que participam do fórum.
O evento que iniciou nesta segunda-feira (29/07) é uma promovido pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) do TJAM, em parceria com a Escola Judicial (Ejud), e está ocorrendo no Centro Administrativo Desembargador José de Jesus Ferreira Lopes, anexo à sede do Poder Judiciário Estadual.
Grupos de Trabalho
Formados por acadêmicos, psicólogos e assistentes sociais, os Grupos de Trabalho (GTs) são a oportunidade dos participantes para expor seus projetos, suas práticas e desafios na atuação cotidiana. Os GTs ficaram alocados nas salas de aula da Escola Superior da Magistratura (Esmam) e no auditório Desembargador Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro.
Para a assistente técnica estadual do programa “Fazendo Justiça”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e orientadora de um dos GTs, Luanna Marley, essa atividade tem grande importância visto que “no estado do Amazonas, nós temos grandes desafios no campo da saúde mental. Então esse é um momento onde, a partir dos grupos de trabalho, estão se construindo estratégias, estratégias de integração, estratégias voltadas para trabalhar a questão das pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial desde a porta de entrada do Judiciário", destacou a servidora.
Luana Marley ainda apontou que a "intenção de hoje é trabalhar desde as audiências de custódia a questão da desfuncionalização, tendo no fórum um espaço integrado entre Poder Judiciário e Executivo para que possamos de fato implementar a resolução n. 487 do Conselho Nacional de Justiça”.
O Grupo de Trabalho 1 teve como tema “Integralidade e Atuação Interinstitucional na Atenção à Pessoa em Conflito com a Lei: Ciclo Penal e Desinstitucionalização” e foi coordenado por Larissa Padilha Penna, juíza titular da 2.ª Vara da Comarca de Iranduba, e Diana Oliveira da Silva, psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa). Para a magistrada Larissa Penna, esse é um tema desafiador e delicado e o foco do. , o foco do projeto é buscar soluções para os entraves e questões desafiadoras do ciclo penal, reconhecendo a realidade difícil e com falta de infraestrutura, mas mantendo a esperança na constante melhoria da atenção à pessoa em conflito com a lei.
O segundo grupo, coordenado pela assistente social Katleen Regina Sahdo e pela enfermeira da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Mayra Santos dos Santos, teve como tema a “Atuação Judicial e Política Antimanicomial no Âmbito das Audiências de Custódia”. Nele, os participantes analisaram a atuação judicial nas audiências de custódia e a interface com a política antimanicomial. O objetivo é estimular práticas que respeitem os direitos humanos, a dignidade das pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei e promover ações coordenadas entre Poder Judiciário e Poder Executivo.
O GT 3 foi coordenado pela mestre em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Lívia Silva Lima e pela professora e ativista Evalcilene Costa dos Santos, e abordou o “Uso Problemático de Álcool e Outras Drogas no Amazonas”. A apresentação contou com uma abordagem fomente a quebra do preconceito com pessoas usuárias de drogas por parte dos profissionais que atuam no atendimento a este público.
As apresentações dos GTs começaram pela e e ao final da tarde de de hoje está prevista a exposição dos resultados dos Grupos de Trabalho como encerramento do segundo dia de evento.
Atração Cultural
Como atração cultural, o segundo dia do evento contou com a participação da Banda Recomeço, uma iniciativa da SEAP, que formou o grupo musical com pessoas privadas de liberdade da Unidade Prisional do Puraquequara, que estejam em processo de reeducação e ressocialização. A banda possui um repertório diverso, indo do rock à MPB,e se apresentou no auditório Desembargador Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro.
Além da apresentação musical, a mostra artística “Memórias da Loucura” segue em exposição no salão do 1.º andar do Centro Administrativo José de Jesus F. Lopes. A mostra tem curadoria de Turenko Beça, artista plástico amazonense, e é composta por trabalhos de oficinas de Arteterapia realizadas no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro.
#ParaTodosVerem: A fotografia que ilustra a matéria mostra os participantes do Fórum de Saúde Mental no auditório do Centro Administrativo Desembargador José Jesus Ferreira Lopes.
Confira as fotos do segundo dia do evento CLICANDO AQUI.
Texto: Gabriel Horta | Ejud
Foto: Marcus Phillipe | TJAM