A palestra sobre comunicação não-violenta encerrou o evento que teve mais de trezentas e cinquenta inscrições
Palavras têm o potencial de fazer mal. No entanto, em muitos casos, isso é relativizado, como se o único ato fosse o físico. Tudo o que é dito, no entanto, tem poder e tem um efeito sobre os outros. Este foi o tema apresentado na palestra que encerrou o Seminário “Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e Discriminação”, organizado pela Escola Superior da Magistratura do Amazonas – Esmam, Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Amazonas-Ejud e pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e Discriminação (CPEAMSD/TJAM), no Auditório do TJAM.
As atividades foram abertas pela desembargadora Onilza Abreu Gerth, vice-presidente da CPEAMSD/TJAM, com a presença da Juíza do TJAM, Luciana da Eira Nasser, presidente Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e Discriminação no âmbito do 1º grau e o Juiz do TJAM e Saulo Góes Pinto, Juiz titular da vara de Rio Preto da Eva e Coordenador-Geral de Cursos da Esmam.
Método criado pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, a Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma abordagem que visa à promoção de relacionamentos e trocas mais sinceras, empáticas e respeitosas. Livrar-se dos julgamentos, críticas e rótulos tradicionais, além de promover a escuta ativa são apenas duas das bases essenciais para que a CNV seja bem-sucedida. Sua denominação tem como referência as resistências não-violentas promovidas por dois grandes nomes históricos, Martin Luther King e Gandhi.
A palestra foi proferida por Blenda Shelita Naice Abrahão, Mestre em Gestão de Empresas - Certificação internacional pelo ISCTE- Europa, MBA em Gestão de Empresas pela FGV e Administradora Especialista em Gestão de Negócios e Gestão de Marketing.
Segundo a palestrante, “a Comunicação Não-Violenta (CNV) é quando saímos daquele período em que se falava de comando e controle, punições e assédio. Ela envolve uma comunicação mais colaborativa e cocriativa, na qual nos conectamos e abordamos os assuntos com leveza. É por meio da comunicação que convivemos e, naturalmente, surgem conflitos. A Comunicação Não-Violenta consiste em ouvir acima de tudo, pois só nos comunicamos efetivamente quando somos bons ouvintes. Ela é caracterizada por empatia e autenticidade na comunicação”.
Segundo Blena, “existem pesquisas que comprovam que, nas instituições em que a Comunicação Não Violenta é praticada, seja no setor privado ou público, o ambiente de trabalho melhora e as relações entre as pessoas são aprimoradas. Os casos de assédio diminuem. Essas pesquisas mostram que a CNV transforma o conceito de "deixar os problemas do lado de fora da empresa". Isso não é verdade.
Não conseguimos deixar os problemas do lado de fora e entrar para trabalhar. Através da comunicação, a CNV nos permite reconhecer nossa vulnerabilidade e trabalhar com ela dentro das organizações. É importante que todos entendam que somos vulneráveis, que temos sentimentos e necessidades, e precisamos lidar com eles para ter um ambiente de trabalho feliz. Quando trabalhamos felizes, os resultados são melhores” encerrou Blenda Shelita.
O que é comunicação não-violenta
No início dos anos 60, durante o auge do movimento a favor dos diretos civis e contra a segregação racial nos Estados Unidos, o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg atuava como orientador educacional em instituições de ensino que eliminavam a segregação.
O papel de Rosenberg, durante essa conturbada transição, era ensinar mediações e técnicas de comunicação. Nesse contexto, ele elaborou o método da Comunicação Não-Violenta (CNV).
Em seu livro homônimo, Rosenberg define a Comunicação Não-Violenta como uma abordagem da comunicação, que compreende as habilidades de falar e ouvir, que leva os indivíduos a se entregarem de coração, possibilitando a conexão com si mesmos e com os outros, permitindo assim que a compaixão se desenvolva. Quanto à expressão Não-Violenta, o psicólogo faz uso da definição de Gandhi, se referindo a uma condição compassiva natural que aparece quando a violência é afastada do coração.
A técnica é baseada em competências de linguagem e comunicação que auxiliam na reformulação da forma como cada um se expressa e ouve os demais. O pesquisador propõe que, com a Comunicação Não-Violenta (CNV), as respostas a estímulos comunicacionais deixem de ser automáticas e repetitivas e passem a ser mais conscientes e baseadas em percepções do momento, por meio da observação de comportamentos e fatores que tem influência sobre cada um. Por meio da escuta ativa e profunda, o método faz com que as interações ocorram com mais respeito, atenção e empatia, como defende o psicólogo.
Fotos: Chico Batata
Fonte: sites napratica.org e semprebem
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Ramiro Neto
NÚCLEO DE DIVULGAÇÃO DA ESMAM
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