O grupo tem a coordenação da desembargadora Socorro Guedes, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). A iniciativa tem o apoio da Escola Superior da Magistratura do Amazonas (ESMAM).
Manaus (AM) - Quarenta e dois jovens e adultos de comunidade carente de Manaus receberam no último sábado (6/7), o certificado de participação nas oficinas de Educação e Direito, durante o encerramento do projeto “Fraternidade e Direito na Comunidade”. Coordenado pela desembargadora Socorro Guedes, do Tribunal de
Justiça do Amazonas (TJAM), a ação foi realizada durante quase três meses, trabalho desenvolvido voluntariamente por operadores do Direito do Estado.
Ao todo, foram 12 oficinas para jovens e adultos, incluindo imigrantes venezuelanos, sempre nas manhãs de sábado, no Centro Social Roger Cunha Rodrigues, localizado no bairro Ouro Verde, zona Leste de Manaus - área de periferia da capital. Em cada oficina do projeto, desenvolvido pelo Grupo Direito e Fraternidade no Amazonas, formado por advogados, professores e acadêmicos de Direito, discutiu-se um assunto relacionado à cidadania.
Temas
As atividades começaram no dia 4 de maio e desde esta data os alunos aprenderam um pouco sobre a Constituição Federal de 1988 e o que ela trouxe de avanços para o País; também a respeito do “Nascimento” - o direito à vida, o direito à saúde, ao nome, ao registro civil, à família e o direito à moradia; da “Infância” (direito à educação e os direitos da criança e do adolescente); “Adolescência” (direito à igualdade, diferenças e discriminação, questões de gênero, raça, sexo, cor etc); “Juventude” (direitos políticos e o valor do voto); “Fase Adulta” (casamento, constituição dos diversos tipos de família, dissolução da união, guarda de filhos, violência doméstica); “Terceira Idade” (Estatuto do Idoso e aposentadoria); “Cidadania” (conhecendo as instituições de direito civil); e “Questões Cotidianas” (noções básicas do Direito do Trabalho e Direito do Consumidor).
Cada tema foi abordado por um voluntário do grupo Direito e Fraternidade do Amazonas. A última oficina, realizada no sábado passado, discutiu a “O Princípio da Fraternidade”. A advogada Cristiane Ganda apresentou um resgate histórico deste princípio e sua aplicação na vida cotidiana de vários profissionais, seguindo a linha proposta pelo Movimento dos Focolares – de inspiração cristã, criado na Itália, que prega a prática do amor e da fraternidade como princípios fundamentais para a vida humana. “Após o resgate histórico do Princípio da Fraternidade, apresentamos a rede internacional Comunhão e Direito e o Movimento dos Focolares, com sua fundadora Chiara Lubich, que nos inspiraram a buscar uma aplicação humanista do Direito através da fraternidade”, comentou Cristiane.
Na última oficina, a advogada apresentou matéria sobre uma juíza federal que aplicou o Princípio da Fraternidade no caso de um pai que se endividou para poder salvar a vida do filho, que tinha uma doença grave. Também foi veiculado uma mensagem, em vídeo, do defensor público Evenin Ávila, de Brasília, um dos idealizadores do projeto que inspirou a ação no Amazonas. “Os alunos se comoveram, ficaram inspirados. Acredito que captaram o objetivo, que é a promover a fraternidade no seu dia a dia”, acrescentou.
Agradecimento
A desembargadora Socorro Guedes, que coordena o Grupo Direito e Fraternidade no Amazonas, agradeceu o trabalho dos voluntários nesse projeto e disse que foi dado um passo importante na construção de uma sociedade mais fraterna.
“Agradeço a cada um dos voluntários que ajudaram a levar mais cidadania a várias pessoas e sinto que nós, do grupo Comunhão e Direito, demos um grande passo em busca da construção da sociedade que buscamos - mais fraterna - porque no momento em que cada um faz a sua parte, o mundo se torna melhor”, declarou a magistrada.
No encerramento, duas alunas venezuelanas fizeram um bolo como forma de agradecimento pela realização das oficinas. A entrega dos certificados de conclusão foi feita pelos fraternalistas presentes - advogados, magistrados, servidores públicos e profissionais que se voluntariaram para ministrar as aulas, juntamente com a Diretoria do Centro Social Roger Cunha, que funciona na rua João de Barro, 104, Ouro Verde, próximo ao hospital João Lúcio.
Roger Cunha
A instituição filantrópica atende quase 150 pessoas, moradoras dos bairros Ouro Verde e João Paulo, ambos da zona Leste de Manaus, com cursos diversos, promovidos também em parceria com outros órgãos; têm ainda projetos de leitura e apoio escolar, com participação de 139 crianças e adolescentes, entre 4 e 18 anos. No “Roger Cunha” atuam dois profissionais administrativos, uma assistente social, uma psicóloga e seis profissionais que trabalham de forma voluntária. Muitas crianças e jovens atendidas pela instituição vêm de famílias desestruturadas e que enfrentam a pressão do tráfico de drogas.
Texto: Acyane do Valle | ESMAM
Fotos: Chico Batata | TJAM
Fotos: Grupo Direito e Fraternidade AM
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