Juíza aposentada do TJAM preserva documentos datados da época do Império no Brasil, com mais de 133 anos de existência

Os documentos contam parte da história do avô da magistrada, hoje já aposentada, quando este atuava na Infantaria do Império, e revelam um pouco da história do WhatsApp Image 2019 07 26 at 10.39.05Brasil.WhatsApp Image 2019 07 26 at 10.38.55

Manaus (AM) - O ano era 1881, século XIX. O Brasil vivia o momento do Império. Um jovem rapaz, chamado Luiz Antônio Bezerra, nascido na região de São José da WhatsApp Image 2019 07 26 at 10.38.53Tapera, hoje município do Estado de Alagoas, “assentava praça” junto à Infantaria Imperial. A expressão da língua portuguesa, muito usada durante o Império, significa alistar-se no Exército, uma vez que o termo “praça” representava “praça de armas” ou “local de formatura das tropas”, conforme sites especializados.

“Em 1881 assentou praça, voluntariamente, na 8ª Companhia de Infantaria da Província de Sergipe, em 13 de setembro, recebendo a quantia de Cento e Trinta e Três Mil Centos e Trinta e Três Réis. Assinado por João Neponuceno da Silva, Oficial Imperial à Ordem do Coronel Comandante do 17º Batalhão de Infantaria”. Esse trecho foi extraído de documentos datados do período do Império, com mais de 133 anos de existência e preservados pela juíza aposentada Denilza Bezerra, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), neta de Luiz Antônio.

De acordo com a magistrada, esses documentos, que revelam um pouco da história do período imperial no Brasil, foram deixados pelo avô ao primeiro neto que aprendesse a ler, no caso, Denilza. “Trata-se da história do meu avô, mas também de como era o dia a dia no Brasil entre 1881 e 1886. São documentos históricos e que estamos procurando conservar e repassar às próximas gerações”, contou Denilza Bezerra, que nasceu em Arapiraca, interior de Alagoas, em dezembro de 1954, e se tornou juíza da Corte de Justiça do Amazonas no ano de 1989.

Os documentos revelam parte da vida de Luiz Antônio enquanto esteve atuando na Infantaria. O papel já gasto e bem amarelado pelo tempo, ainda conserva a caligrafia característica da época e os termos comuns do período do Império, que começou no País quando a corte portuguesa deixou Portugal em 1808 e veio para a então Colônia, iniciando um novo estágio na história do Brasil.

“Meu avô atuou inicialmente na 8ª Companhia de Infantaria do Império em Sergipe e de lá foi deslocado para a 13ª Companhia, que tinha sua base no chamado, à época, Rio Grande. É interessante como os documentos descreviam fisicamente meu avô: Luiz Antônio Bezerra, natural da Província de Pernambuco, cor branca, cabelos ‘lizos’, olhos pretos, ofício nenhum, estado solteiro e altura de 1,50 m. Se fosse nos tempos atuais, acredito que ele não conseguiria ingressar no Exército com essa altura”, comentou, bem-humorada, a magistrada.

Denilza Bezerra, que, como juíza atuou nas Comarcas de Jutaí e Parintins e depois na capital amazonense, na 7ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus, ressaltou que faz questão de conservar os documentos porque não apenas preservam a memória de momentos vividos no Brasil e de sua família, mas porque também eles registram aspectos sócio-culturais e econômicos desse período do País, além de mostrar às atuais e futuras gerações a escrita e como se falava na época. “Representam também fonte de estudo e de aprendizado, pois trazem, para nós, fatos reais do passado, um testemunho verdadeiro de momentos da história brasileira”, comentou a juíza.

Justamente em função disso, a magistrada vem buscando a tecnologia para conservar os papéis de cunho histórico, que ainda estão costurados, com linha confeccionada pelo Brasil Imperial.

Luiz Antônio Bezerra pediu ‘baixa’ da Infantaria em 1887 para cuidar os filhos da irmã, que havia falecido. Ele se casou e teve cinco filhos: Mamede, Soledade, Alzira, Amélia e José Luiz – o pai da juíza Denilza.

Texto: Acyane do Valle | ESMAM

Fotos: Lucas Lobo | ESMAM

NÚCLEO DE DIVULGAÇÃO DA ESMAM

Telefone: (92) 2129-6640 | 6608

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

esmam locationESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO AMAZONAS
Av. André Araújo - Aleixo, Tribunal de Justiça do Amazonas 
Centro Administrativo Des. José de Jesus Ferreira Lopes 
CEP: 69060-000;
Telefone: (92) 2129-6640
E-mail: esmam@tjam.jus.br

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Publicidade
Youtube
Accept
Decline
Analítico
Google Analytics
Accept
Decline